No segundo dia no Caminho da Fé, eu fiz (ou fizemos, entenderá logo a seguir) o trecho de 22 km de Andradas até Barra. Aparentemente bem menos difícil que o dia anterior, mas não menos desafiador. Esse é o dia de encarar a “temida” Serra dos Lima, totalizando um ganho de altitude de 610 m no dia.
Caminhante solo
Nesse dia eu conheci mais um peregrino solo, ele é do Paraná. Ele me contou que nunca havia feito uma caminhada de peregrinação, mas que sempre teve vontade de fazer o Caminho da Fé. Em 2021 ele quase morreu de Covid-19, relatou que passou 20 dias internado, e quando voltou para casa, parou de procrastinar o velho plano e reservou a primeira pousada para iniciar a caminhada.
No dia anterior, primeiro dia no Caminho da Fé, eu conheci uma caminhante solo da BAhia e outro de SErgipe, condinomes associados às suas cidades de origem, que inventei para não expor desnecessariamente meus novos amigos. Embora hoje eu saiba que eles não ficariam chateados em ter seus nomes revelados.
Velhos amigos
Ainda no primeiro dia, ao final da caminhada, paramos para comer algo. A dona do restaurante perguntou de onde éramos, respondemos DF, BA e SE. Ela disse que achou que éramos velhos amigos, tamanha era nossa interação e cumplicidade. Respondi que sim, “somos amigos de muito tempo, desde o início desta manhã…“
Embora este relato específico seja do dia anterior, achei muito pertinente mencionar esse encontro e interação neste post, já que trata de caminhantes solos.
Logo na manhã do segundo dia, eu e senhorita BA ajudamos o Sr. SE a ajustar a mochila, estava toda inapropriada para ele. E ele também cuidou da gente ao longo da caminhada. Difícil explicar a conexão rápida que se cria entre “estranhos” durante uma peregrinação.
Solitários, jamais!
Nesse dia, o quarteto de caminhantes solos: PR, BA, SE e DF, andou boa parte do tempo juntos. Revezando-se em papos e trechos.
Eu também encontrei um casal, do Paraná. Ficaram muito empolgados com dicas que dei para o Caminho de Santiago, e soube que eles fazem muuuitas aventuras juntos.
Assim é a peregrinação de um caminhante solo, recheada de interações e conexões inesperadas.
Dali à frente, pode ser que o Caminho separe um ou outro, cada um tem sua jornada, mas outros surgem, e outras histórias também… Assim seguimos solos.
Solos sim; solitários, jamais!
Trecho realizado em 18 de outubro de 2021.
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2 Comentários
Acho que os encontros é que fazem o caminho valer a pena. Principalmente o encontro com nós mesmos; qdo descobrimos parte de nós nunca antes percebidas…
Comentário perfeito, amigo Odilon!
Grande abraço,
Adri